29 de maio de 2007

Rafting




26 de Maio de 2007 - Rafting - Uma experiência alucinante!!



Preparadinhos para as águas do Rio Minho. O grupo foi fantástico.



Momentos tranquilos para apreciar a paisagem e retomar energias para os próximos rápidos...

Aqui siiiiiiiiiiiiiiim!!!Foi demais!
Não deixem de experimentar!!!!!
Obgd ao grupo e aos monitores que foram fantásticos. Um obgd especial para o Mito que nos proporcionou uma descida fantástica, com muita segurança e, muito, mas mesmo muito, divertida!!! É demais!!

21 de maio de 2007

Cores


Quem por cá passa, de certeza que se apercebeu do meu esforço das últimas semanas na tentativa (frustrada) de encontrar a cor certa para este blog.

É bem verdade que as cores estão associadas a determinados estados de espírito. Um dia pensamos numa cor, no dia seguinte, o mais certo é precisarmos de outra. Mas, neste momento, a minha situação é preocupante, porque não encontro a minha cor. As tentativas foram inúmeras e conformei-me a uma escolha que não me satisfaz. Vou continuar a procurar até sentir que encontrei a cor certa, o tom próprio, o colorido que exprima o meu estado de alma.

Neste esforço de encontrar a minha cor percebi que a dificuldade se pode bem dever ao emaranhado de pensamentos, situações, sentimentos, que regem a minha vida. Assim, serão muitas as cores com que tenho de pintar a minha tela e talvez o problema consista em encontrar a sua combinação perfeita.

Boa semana!!! Já agora, cheia de cor!!!

11 de maio de 2007

Um Azul para a Terra

Eu, que pouco entendo de política e que, por isso, me sinto pouco capaz de avaliar justamente o estado da nossa Nação, parece-me apenas que nos falta o azul que os marcianos de José Saramago tanto desejavam. Talvez este país precise mesmo de cor, porque este cinzento que nos envolve está a tornar-se denso e bastante difícil de suportar. Haverá realmente alguém capaz de colorir a nossa Nação?? Recompensa-se com distinção e honra (porque dinheiro é coisa que não há por cá - pelo menos nos sítios onde faz mais falta) quem for capaz de o fazer. Haja um Azul para a Terra!!!!
E agora não resisto a re(publicar) o texto de Saramago.

Um Azul para Marte
"A noite passada fiz uma viagem a Marte. Passei lá dez anos (se a noite dura nos pólos seis meses, não sei por que não hão-de caber dez anos numa noite marciana) e tomei muitas notas a respeito da vida que por lá se faz. Comprometi-me a não divulgar os segredos dos marcianos, mas vou faltar à minha palavra. Sou homem e desejo contribuir, na medida das minhas pequenas forças, para o progresso da humanidade a que me orgulho de pertencer. É muito importante este ponto. E espero, se algum dia me vierem pedir contas dos meus actos, isto é, do perjúrio cometido, que os não sei quantos biliões de homens e mulheres que há na Terra tomem todos a minha defesa.
Em Marte, por exemplo, cada marciano é responsável por todos os marcianos. Não tenho a certeza de ter compreendido bem o que isto quer dizer, mas enquanto lá estive (e foram dez anos, repito), nunca vi um marciano encolher os ombros. (Devo esclarecer que os marcianos não têm ombros, mas o leitor está certamente a perceber a minha ideia). Outra coisa que me agradou em Marte, é que não há guerras. Nunca houve. Não sei como se arranjam nem eles souberam explicar-mo, talvez porque eu não tenha sido capaz de lhes dizer o que é uma guerra, segundo os padrões terrestres. Mesmo quando lhes mostrei dois animais selvagens que lutavam (também os há em Marte), com grandes rugidos e dentadas, continuaram a não perceber. A todas as minhas tentativas de explicação por analogia só respondiam que animais são animais e marcianos são marcianos. Desisti. Foi a única vez que tive dúvidas a respeito da inteligência deles.
Ainda assim, o que mais me desorientou em Marte foi o não saber onde eram os campos e onde eram as cidades. Para um terrestre, digo-vos eu que é uma experiência muito desagradável. Acaba a gente por se habituar, mas leva o seu tempo. Por fim, já não me causava estranheza ver um grande hospital ou um grande museu ou uma grande universidade (os maricanos têm tudo isto, como nós) em lugares para mim inesperados. Ao princípio, quando eu pedia razões, a resposta era para mim sempre a mesma: o hospital, a universidade, o museu estavam ali porque eram ali precisos. Tantas vezes me deram esta resposta, que achei melhor aceitar com naturalidade, por exemplo, a existência de uma escola, com dez professores marcianos, num sítio onde só havia uma criança, também marciana, está claro. Não pude calar, em todo o caso, que me parecia desperdício dez professores para um aluno. Mas nem mesmo então fiquei a ganhar; responderam-me que cada professor ensinava uma matéria diferente, e portanto.
Em Marte gostaram muito de saber que há na Terra sete cores fundamentais de que se podem tirar milhares de tonalidades. Lá só há duas, branco e preto (com todas as gradações intermédias), e eles sempre suspeitaram que haveria mais. Garantiram-me que era a única coisa que lhes faltava para serem completamente felizes. E embora me tivessem feito jurar que não falaria do que por lá vi, desconfio bem que estarão dispostos a trocar todos os segredos de Marte pelo processo de obter um azul.
Quando saí de Marte ninguém veio acompanhar-me à porta. Acho que no fundo não nos dão grande atenção. Vêem-nos de longe o planeta, mas estão muito ocupados com os seus próprios assuntos. Disseram-me que só começarão a pensar em viagens espaciais depois de conhcerem todas as cores. É estranho, não é? Por mim, nesta altura, estou hesitante. Posso levar-lhes um bocado de azul (nesga de céu ou toalha de mar), mas depois? Eles virão certamente por aí abaixo, e eu tenho a impressão de que não vão gostar."JOSÉ SARAMAGO, Deste Mundo e do Outro - Crónicas

5 de maio de 2007

O abismo...
Chego em passos apressados...
Perdi o azul celeste,
Deixei de ter o meu mar.
E, por momentos, o abismo...
Pintei o horizonte em tons de cinzento,
Deixei de ter janela...
A neblina, o silêncio que me enche,
A noite que não desperta para a madrugada,
A ausência de mim...
E, por momentos, o abismo...
A ideia vaga, a escuridão, a invasão
E é o abismo... imenso, imponente, persuasivo.
Um arrepio... sinto a urgência de cores e regresso à luz.
Revejo a minha estrela,
A noite que se apaixona pela aurora,
O éden, as suas telas pintadas de mil cores.
Sinto a fragrância, o cheiro, o doce aroma da tranquilidade
que, freneticamente, se apodera novamente de mim
Para me devolver ao meu mar
Onde me sinto, onde me acho, onde adormeço
desejando que em cada luar eu veja, ao longe, o abismo...