19 de dezembro de 2015

O tempo passa...
Das pessoas, a marca que deixam em nós
De nós, a marca que deixamos nos outros
O tempo passa...
Com sorte, deixamos realmente o que somos em alguém...

Será legítimo voltar tanto tempo depois ao mesmo lugar?
Talvez... mas o lugar estará certamente abandonado.



1 de junho de 2012


Espero um azul tranquilo, um voo alto e seguro
Uma brisa leve e sábia
Um mar por baixo de águas cristalinas e corais
Um tom claro e luminoso em cada madrugada
Um sopro de ânimo no rosto
Um aroma a flores
E aquele sabor a vida sorvido entre risos e bem-estar

                                             Jacinta Correia, Novembro de 2008,

23 de fevereiro de 2012

De regresso com Clarice Lispector

Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:- E daí? Eu adoro voar!Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre.

Clarice Lispector

21 de março de 2011

Portugal ontem e hoje

Gerês, 16 de Julho de 1977

Em vez de me perder, como outrora, pela serra, a encher os olhos da única realidade que hoje vale a pena em Portugal, a paisagem, passo as horas sentado em frente da rádio e da televisão, na ânsia de uma notícia de esperança. Tal é o meu desespero. Mas vêm palavras. As mais levianas, demagógicas e tolas que se podem ouvir. Os nossos políticos andam ao desafio. Cada qual quer ser mais irresponsável do que o parceiro. E consegue-o sempre.
(Miguel Torga em Diário XIII)
Parei ao ler esta página. Reli. 1977? Não poderia ser 2011? Sim. Descreve perfeitamente a situação actual. Só temos menos paisagens. No lugar de muitas delas - grandes alamedas de betão armado.

12 de fevereiro de 2011

Em jeito de regresso

Olá, Amigos

Estou de volta. Achei que nunca faria uma pausa deste meu refúgio, mas o tempo torna-se nosso inimigo quando temos de correr contra ele - e nós dois travamos intensas batalhas no último ano. Não sei se algum de nós saiu vencedor... eu senti-me cansada, mas não lhe dei tréguas e não parei e, tendo em conta que continuo firme, não o vejo vencedor. Sei, no entanto, que ele continua determinado em derrubar-me...
Não vim escrever durante uns intensos e apressados meses mas vivi no meio das palavras: esmiucei-as, interpretei-as, usei-as e abusei delas, olhei-as profundamente, numa relação quase doentia e febril. Produzi um conto de ficção científica, uma peça de teatro, um guião cinematográfico e sinopses, escrevi ensaios e fiz muitos trabalhos de investigação que me deram muito prazer e preencheram até algumas lacunas científicas que eu começava a sentir. O "último" dos trabalhos terminou numa publicação (em co-autoria)na revista Diacrítica, dossier literatura comparada 2010.
Agora estou a desenvolver o meu projecto de mestrado, que consiste na recolha de lendas e contos tradicionais de um meio rural específico e o trabalho paralelo com alunos do 3.º ciclo, que farão recolha e trabalhos de (re)escrita partindo deles.
Sigo com muito trabalho e dificuldade em conciliar tudo com a minha rotina diária, já por si demasiado intensa, mas com determinação.
Vou tentar andar por cá: escrever e ler-vos a todos, pois senti falta do meu trajecto quase diário pelos vossos blogues.
Até sempre.

1 de abril de 2010

Pudesse eu voar... Voar mesmo. Bater asas e sentir a brisa suave
Conquistar distâncias e vencer
Ver em baixo as fraquezas e rir-me delas
Voar... Em bando ou num voo solitário
Ter por horizonte o infinito e avançar
...Pela vida levemente
E decidir de acordo com o tempo... suavemente e sem agitações.

23 de novembro de 2009

Vassalagem

Vassalagem...
Curvo-me perante ti quando me foges
Imploro que prolongues os momentos
Desatino numa angústia dolorosa
Quando me cais das mãos como areia fina.

Permanece e deixa-me acabar as frases...
Que cruel tens sido para mim, Tempo fugidio...
E eu - vassala das tuas horas apressadas.