3 de dezembro de 2005

O TEMPO

"Tão cedo passa tudo quanto passa!
Morre tão jovem ante os deuses quanto
Morre! Tudo é tão pouco!
Nada se sabe, tudo se imagina.
Circunda-te de rosas, ama, bebe
E cala. O mais é nada."
Ricardo Reis
Não fosse eu apaixonada pela poesia de Fernando Pessoa, e, particularmente de Ricardo Reis...
Mas no que eu estava a pensar era mesmo na brevidade da vida, na certeza de um fim para tudo,... e claro que tem tudo a ver com Ricardo Reis.
Dou comigo a tentar muitas vezes encontrar um sentido para as coisas. Às vezes concentro-me demasiado em tentar encontrar um sentido para o fim, mas depressa me lembro que o importante é acharmos um sentido para o início e sabermos depois viver dignamente antes que o inevitável aconteça.
Sendo esse dito fim um dado mais do que adquirido, o melhor é nem pensar muito no momento. Mas sendo um dado ainda mais adquirido o facto de eu ser demasiado persistente, claro que dou voltas e mais voltas, sempre à procura do sentido das coisas. (Teimosa!) Já me devia sentir extremamente grata por me ter sido oferecida a passagem por este lugar extraordinário (e sinto! Que não haja dúvidas quanto a isso), ainda quero saber o porquê disto, a razão daquilo....
Claro que de entre tantas teorias, de tantos momentos de concentração, há sempre grandes resultados, que me chegam (temporariamente) a satisfazer completamente. Descubro, a cada um desses momentos, que esta vidinha sempre vale muito a pena! Tirando as misérias do mundo e os políticos corruptos (e claro a poluição que de certeza é culpa destes últimos - sorte que pelo menos eles proprios sao biodegradáveis - valha-nos isso!) este planeta maravilhoso (esqueçam agora as catástrofes naturais), a Gente que o povoa (esqueçamos a gentinha) e a forma como a nossa posição foi pensada... se nós próprios formos qualquer coisa de jeito, temos sempre alguém do nosso lado. Isso é magnífico. Então, mesmo admitindo um fim, tudo não passa de uma viagem, cujo sucesso depende de quem nos acompanha nela. Não vos parece?

Sem comentários: